segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

«Seus olhos -
se eu pintar
o que os meus cegou.
Não tinham
luz de brilhar,
era chama de queimar;
E o fogo que a ateou,
vivaz,
eterno,

divino,
como facho do destino.
Divino, eterno! -
e suave
ao mesmo tempo:
mas grave ...

E de tão fatal poder,
que, um só
momento em que a vi,
queimar toda a alma
senti ...
Nem ficou mais
de meu ser,
senão a cinza em que ardi.»

                                                                               Almeida Garrett *

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